A entrevista realizada por Judite de Sousa a Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação foi bastante esclarecedora.
Longe vão os tempos em que a Ministra não era capaz de fazer um discurso argumentativo, e se irritava facilmente quando percebia que não tinha qualidade para falar. Tal aconteceu, na sua aparição na Assembleia da República a justificar a repetição dos exames o ano passado.
"A avaliação tem que incidir sobre o conhecimento: sabe, passa; não sabe, não passa" ! Este argumento é muito perigoso, vai-se liberalizar a presença ou não nas aulas por parte dos alunos menores sem qualquer conhecimento por parte dos pais, até ao dia que a escola os chame à atenção. Depois, para ver se o aluno tem conhecimentos para passar, faz-se uma prova de reprovação que avalia o aluno sem ter em conta outras formas avaliativas. No entanto, este estatuto será implementado no serviço público de educação, a nível privado os seus conselhos directivos continuaram a establecer as suas próprias regras.
Outra questão a destacar, e aí a Ministra tem razão, as escolas privadas continuam com melhor ranking. Os alunos que procuram grandes médias, procuram um acompanhamento mais atento, exigente e seleccionado. As escolas públicas têm " que acolher todos os alunos que pretendam fazê-lo e se encontrem nessa determinada área, nas privadas há conversas prévias com o agregado familiar para saber os seus rendimentos, estatuto social ...".
Portugal um dos países da UE com mais investimento por aluno, continua muito mal aos olhos da Europa no campo da educação, este novo estatuto poderá ser uma forma de mascarar essa situação. Pensar no futuro, em dar mais autonomia às escolas e privatizá-las progressivamente é o caminho !
Friday, November 2, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment