Os mais recentes desenvolvimentos quanto ao consumo de substâncias dopantes, nomeadamente, EPO, têm sido notados no Ciclismo onde vários ciclistas nas últimas semanas têm vindo a reconhecer que consumiram esse tipo de substâncias nos anos longínquos da década de 90. A competição mais visada é o Tour de França de 96 cuja classificação geral foi a seguinte :
1. Bjarne RIIS (Den) Telekom 95.57.16 (39,236 km/h)
2. Jan ULLRICH (Ger) Telekom + 01.41
3. Richard VIRENQUE (Fra) Festina + 04.37
4. Dufaux (Sch) + 05.53
5. Luttenberger (Aut) + 07.07
Este é o ponto de partida para a minha reflexão. Esta semana numa conferência de imprensa que bateu recordes de audiência na Dinamarca, Bjarne Riis admitiu ter consumido não só neste ano, mas também já anteriormente. Segundo o mesmo, inicialmente recusou o uso de EPO acabando por ceder por ter sido colocado na lista negra da equipa. Adiantou ainda que podem ir buscar a camisola amarela que ele tem que já não tem qualquer valor para ele.
Jan Ullrich encontra-se completamente enterrado em provas que demonstram as suas ligações ao famoso médico espanhol Eufemiano Fuentes, responsável por o acompanhamento de centanas de desportistas através de programas de dopagem que implicaria transfusões sanguíneas e consequente enriquecimento desse sangue ( fala-se também de desportistas ligados ao atletismo e futebol ). Ainda não admitiu as suas ligações a este médico, continua a negar ...
Richard Virenque mais Dufaux, e acrescentaria Christophe Moreau, ficaram conhecidos pelo envolvimento num escândalo de dopagem nos tempos da equipa Festina que em consequência teve que acabar.
Conclusão, se fossemos a excluir os quatro primeiros classificados, teriamos que atribuir ao fim de 11 anos a vitória no Tour ao austriaco Luttenberg ... será isto possível? Se calhar também conhecia a técnica dos outros ciclistas ...
Iván Basso admitiu que as bolsas de sangue encontradas nas arcas frigoríficas do médico espanhol rotuladas com o nome do cão dele eram efectivamente suas, no entanto não admite tê-las utilizado no periodo de 2006 onde ganhou o Giro de Itália ... Aldag e Zabel (faziam parte da equipa Telekom tal como Ullrich e Riis ) também já amitiram o consumo de substâncias dopantes, nomeadamente o último, um grande sprinter pelo qual tinha uma grande admiração.
Chega-se à conclusão que todos os ciclistas se encontram "dopados" uns mais que outros, e uns sabem esconder melhor o que tomaram que outros. A diferença de qualidade dos ciclistas é posta em segundo plano quando se envolvem esquemas de melhoramento físico proibido pela UCI.
Esta situação é evidente à mais de uma década, basta ver as grandes competições ciclísticas internacionais como o Tour, Giro e a Vuelta, onde o esforço exigido aos atletas é brutal e o tempo de recuperação mínimo. Fazem-se etapas suicidas, que exigem esforços desumanos ! Brutais etapas de montanha onde se debatem com rampas de 12% de inclinação até mesmo aos 18%, e em dias sucessivos. Algo teria que permitir que estes esforços fossem possíveis.
Não podemos recuar para punir os que já o fizeram, olhar em frente impedindo que volte a acontecer no presente e no futuro !
Virenque Riis Zabel - Tour de 96
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