Estava extremamente espectante em relação a este filme de Martin Scorsese. O elenco com Di Caprio, Matt Damon e Jack Nicholson, entre outros, mais as recentes 6 nomeações - melhor filme,actor principal, actor secundário(2), argumento e realizador - para os Globos de Ouro era um bom chamamento !
A parceria entre Scorsese e Di Caprio, vinda desde o filme "Gangs de Nova Iorque" e "Aviador", revelou que um sex symbol pode ser na realidade um óptimo actor. Poderá ser o ano dele cujo papel principal em "Blood Diamond" também está nomeado para o globo de melhor actor. Consegue aliar a irreverência dos 30 anos com um septuagenário brilhante e experiente como Nicholson. Num plano menos positivo encontra-se Matt Damon que tinha um papel para também demonstrar todo o seu talento ( que não possui ...) ,continuando com interpretações de uma medianés tal que destoa, apesar do seu nome sonante.
Outra questão importante a referir é o facto de este filme ser uma "cópia" de um filme de Hong Kong do ano 2002 " Infernal Affairs", daí que a Academia de Hollywood possa olhar para este filme com algumas reticências, nomeando o Argumento provavelmente por uma questão de justiça e não de mérito ( criatividade = ZERO ).
Em relação a óscares...Di Caprio como já referi tem a sua opurtunidade e Scorsese à imagem o ano passado de Ang Lee com "Brokeback Mountain" levará o óscar de melhor realizador e deixar o de melhor filme para outro. Uma questão de mérito pela sua longa carreira, apesar de que eu não seja um grande apreciador dos seus filmes, são sempre muito extensos com mais de 2h30min, tornam-se aborrecidos e com demasiadas cenas de violência que continuam neste filme na sequência dos "Gangs de Nova Iorque".
Não querendo revelar a história e o enredo do filme, resta-me concluir que o final é simplório e acaba por ser demasiado previsível, tendo em conta o desenrolar da história. Há falhas a nível de argumento; com Scorsese há sempre a sensação de que ele quer fazer um filme com tudo, e depois quando se apercebe que tem que cortar o fio condutor perde-se.
Acabo com a frase com que começa o filme " I don't want to be a product of my environment. I want my environment to be a product of me. Years ago we had the church. That was only a way of saying - we had each other."
3,5 estrelas ( 0-5)
1 comment:
Apesar das minhas expectativas estarem num nível bastante elevado, o que muito frequentemente influencia de modo negativo a percepção de um filme, para com o filme “The Departed”, acabei de o ver num estado atónito. Simplesmente Brilhante.
Um elenco muito reconhecido (com excepção da actriz, Vera Farmiga), com participações muito seguras e bem conseguidas. Mark Wahlberg e Martin Sheen, ambos com personagens bastante carismáticas, fizeram o que tinham a fazer, e muito bem por sinal. Matt Damon e Alec Baldwin talvez tenham sido as “pedras” menos brilhantes nesta produção. Vera Farmiga, particularmente interessante para quem não tinha ainda participado em nenhuma super-produção, complementa o triângulo amoroso: Damon-Dicaprio-Farmiga, sem deixar certamente Scorcese arrependido pela escolha.
Num outro patamar encontram-se Jack Nicholson e Leonardo DiCaprio. Duas gerações opostas, duas actuações Brilhantes (grandes candidatos aos Óscares por melhor secundário e melhor principal, respectivamente).
O argumento é adaptado de uma produção do cinema oriental, de 2002, “Infiltrados”. Muitos tratam este filme como um “Remake”. Sendo o realizador Martin Scorcese, temos que admitir que a coisa muda de figura. Por um lado, o realizador de filmes como “Casino”, “A Cor do Dinheiro” ou “O Cabo do Medo”, não é nenhum novato em adaptar ou homenagear material alheio. E com resultados excepcionais.
Por outro lado, Scorcese é um enorme cinéfilo, os seus filmes são a maior prova disso. Comprovam as milhares de horas passadas à frente do ecrã e asseguram que o material original não será manuseado de forma gratuita.
Para confirmar a excelente produção deste “Remake”, cito uma passagem de Tiago Pimentel, crítico de cinema que explica o meu ponto de vista: “(…) Em 2006, Martin Scorcese refaz o policial à luz da sua sensibilidade pessoal e cinéfila; que é como quem diz: o filme ganhou, não apenas mais uma versão, mas sobretudo toda uma dimensão formal, dramática e trágica, mantendo apenas pontos de contacto narrativo com o original (…).”
Assim, podemos ter a certeza que se ganhar o Óscar de melhor argumento adaptado, a causa não deve ser somente atribuída à sua base oriental, mas à excelente adaptação pessoal que Martin faz.
Sendo Scorcese um martirizado na gala dos Óscares (seis nomeações, sem nenhuma estatueta adquirida), tem aqui uma grande hipótese para arrecadar um Óscar, não pelo trabalho de uma vida, mas por este filme em particular, que bem o merece pela qualidade da direcção.
Para terminar esta humilde previsão da gala de Fevereiro, esta produção será claramente um favorito ao Óscar de melhor filme. Poderemos assistir a um “Déjà vu” da gala de Fevereiro de 2005 entre Scorcese e Eastwood. Na altura o segundo levou a melhor nas principais categorias, com o seu “Million Dollar Baby” contra o “The Aviator” de Scorcese.
Este ano será “Flags of our father” um dos grandes rivais de “The Departed”.
Espero um desfecho diferente, mantendo todo o respeito e admiração pelo grande Clint Eastwood.
Em conclusão: Um grande Realizador, um excelente elenco, sem dúvida um deslumbrante filme.
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